sexta-feira, 27 de março de 2009

Computador pra todo mundo

Que tal ensinar alguém de baixa renda a ligar o computador? Se essa é sua ideia de como comemorar a semana da inclusão digital, que termina hoje, pode ir reformulando seus conceitos. Um estudo da agência de publicidade McCann Erickson revela que 80% das pessoas de classe C (renda de R$ 1 mil a R$ 2 mil) acham que “não dá para viver sem o computador”. E não pense só em Word e MSN: tem gente usando coisas bem avançadas.

“O que mais procuram são ferramentas como Photoshop, Corel, Excel avançado e Publisher, sempre para usar no trabalho”, conta Mary Vaz (na foto, à esquersa, com a voluntária Marília Carneiro).
Elas são professoras da escola do Comitê para a Democratização da Informática (CDI) instalada no Shopping Jardim das Américas, em Curitiba.

Chega a dar medo a velocidade em que se disseminam as habilidades de informática por aí. Eu mesma aprendi a baixar filmes faz só um mês (por favor, não me denunciem). E meu queixo caiu quando a zeladora do jornal onde trabalho, Valdiléa dos Santos, de 49 anos, contou que seu neto de 7 anos, o Vítor Henrique, faz isso e muito mais. Ouça só a rasgação de seda da avó-coruja:

valdilea - Share on Ovi

Aperfeiçoamento
Mas é claro que baixar um filme não te faz especialista em nada. Mesmo quem chega aos cursinhos sabendo mexer aqui e ali, precisa passar pelo nivelamento do básico. O desempregado Joel de Oliveira (foto), que em seus trabalhos como técnico industrial já usa programas específicos como AutoCad, agora percebeu que precisa aperfeiçoar a editoração de texto para alcançar o sonho de ter o negócio próprio. “Tenho que saber formatar bem um texto”, diz.
Esse tipo de necessidade é mais comum ainda entre adolescentes. Muitos chegam a cursinhos como esse dominando as ferramentas de chat e recursos para baixar música e filmes, mas não sabem salvar um arquivo – e depois encontrá-lo.

Na Escola de Informática e Cidadania do shopping, situado na divisão entre um bairro de classe média e outro de classe baixa, o público é bem variado. Quando chega alguém de renda mais alta, contribui com a matrícula de R$ 10 de alguém para quem essa quantia vá pesar, e assim vai.
A semana da inclusão digital termina mas já na próxima terça-feira, 31 de março, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério de Ciência e Tecnologia começa a receber projetos de estados para novos centros de inclusão social e digital, em bibliotecas públicas, empresas públicas de extensão e assistência técnica rural, escolas agrotécnicas e cooperativas de agricultores familiares. Serão investidos R$ 34,6 milhões.

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2 comentários:

  1. Oiee, td bemm ficou muito boa sua materia parabens....

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  2. Helena, post muito bom, bem desenvolvido e com uma ótima costura de texto, imagens e audio. Valeu. Além disso o tema é ótimo e você se preocupou em buscar interatividade. Faltou você dar o endereço do CDI e sua página Web para quem desejar colaborar com eles. Os links da Mcann e da FINEP estão bem colocados e cumprem sua função.
    Um abraço
    Castilho

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